Você provavelmente já ouviu falar na importância da diversidade nas relações sociais. Ela aumenta a tolerância, auxilia a conviver em sociedade, traz mais bagagem cultural e proporciona a empatia. No entanto, não deve estar presente apenas no seu círculo de amigos. A inclusão social no mercado de trabalho é fundamental.
Muitas organizações acham que ter uma vaga reservada para pessoas com deficiência (PCD) já é auxiliar na inclusão social no mercado de trabalho. Ledo engano. Primeiramente, se não houver um trabalho com as equipes e uma adaptação estrutural do ambiente de trabalho, o trabalhador será visto apenas como parte de um projeto de “caridade” ou parte de uma cota, e não como um integrante real da empresa.
Neste post, você verá que a inclusão social no mercado de trabalho, embora abranja PCD, vai muito além disso. Confira:
O que é inclusão social?
A inclusão social é um conjunto de normas que combatem a exclusão de grupos sociais aos benefícios da vida em sociedade. Essa exclusão pode acontecer por idade, etnia, religião, deficiência, classe social e nível de educação formal e pode, ainda, ser tanto velada quanto escancarada.
Resumindo, buscar a inclusão social no mercado de trabalho ou fora dele é trabalhar para que todos os grupos minoritários tenham os mesmos direitos que os majoritários.
Minorias incluem mulheres, negros, índios, pobres, pessoas com deficiência, LGBTs, pessoas com nanismo, praticantes de religiões de matriz afro, muçulmanos e outros grupos que sejam discriminados por saírem do status quo — seja por diferenças físicas ou ideológicas. Eles não só não têm as mesmas oportunidades, como também podem ter seus direitos blindados.
Quando não se sofre a discriminação diretamente, é muito comum pensar que há um certo “exagero” e que privilegiar esses grupos seria apenas “vitimismo” em vez de reparação histórica. No entanto, usando como exemplo a situação do negro no Brasil (que forma 54% da população), encontramos dados que confirmam a exclusão social dada a esse grupo:
- Segundo estudo do IBGE de 2016, 15,3% da população brasileira tem ensino superior;
- Somente 34% dos estudantes universitários são negros;
- Apenas 12,8% dos negros de 18 a 24 anos são estudantes universitários;
- No grupo dos 10% mais pobres do País, 76% são negros.
E, por mais que mulheres sejam a maioria da população, na participação em organizações sem fins lucrativos e na luta por direitos humanos, apenas 20% dos negócios sociais brasileiros são liderados por elas. Isso significa que “minoria” não é relativo à quantidade de pessoas de um grupo numa sociedade, e sim às discriminações que esse grupo enfrenta.
Portanto, a inclusão social trabalha para reverter esses números até que todos os grupos sociais possam competir com equidade.
Qual a importância da inclusão social no mercado de trabalho?
Uma empresa consciente sabe como ela pode ser agente na reversão desses dados. Segundo pesquisa da McKinsey & Company, empresas que se preocupam com a inclusão social no mercado de trabalho pode ter resultados financeiros até 21% melhores em relação a companhias que não se preocupam com o tema.
E quando falamos de mulheres, os dados também são preocupantes. A renda de um homem profissionalmente ativo é 26% maior que a de uma mulher da mesma faixa etária.
Para o público LGBT, os dados são ainda mais assustadores: o Brasil segue sendo o país que mais mata transexuais. Além disso, a discriminação no mercado de trabalho é altíssima: 90% das travestis e transexuais se prostituem por não conseguir emprego.
Como funciona a inclusão social no Brasil?
O Poder Legislativo do Brasil criou normas para implementar a inclusão social no mercado de trabalho e, assim, assegurar que uma pequena parte das vagas fosse destinada às PCD. Porém, no caso das outras minorias, é necessário que as empresas busquem construir um ambiente inclusivo.
Hoje, o País conta com a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei 13146/15), que se destina a “assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania”.
Entre vários direitos assegurados, consta o direito à profissionalização e ao trabalho, com uma série de regras referentes a essa inclusão. Já o artigo 93 da Lei 8.213/1991 estabelece que empresas com mais de 100 colaboradores devem ter entre 2% a 5% do seu corpo de trabalho formado por pessoas com deficiência.
No entanto, além do cumprimento de leis, a inclusão social no mercado de trabalho pode acontecer com ações simples, mas de trabalho diário:
- analisar a acessibilidade da empresa: estrutura, elevadores, rampas, banheiros e mobilidade nas salas, por exemplo. Esse tipo de consulta pode ser feita até com os colaboradores com deficiência;
- convidar palestrantes que possam falar sobre inclusão social com propriedade;
- revisar o processo de contratação de colaboradores da empresa e suas ferramentas de comunicação;
- colocar a inclusão social como parte dos valores da empresa. Ela pode ser até um indicador social, que deverá ser analisado continuamente;
- preparar gestores para que saibam tornar o ambiente de trabalho mais inclusivo.
Como visto, a inclusão social no mercado de trabalho não precisa ser um trabalho difícil, e sim sólido, parte da cultura organizacional. Portanto, não deixe de implementá-la na sua empresa — e não como algum tipo de “caridade”, mas sim como parte intrínseca do seu negócio.
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